14 fevereiro, 2011

Aborto: uma questão de escolha?!

É quase uma da manhã e estou aqui, sem sono, por causa do calor e porque estou velando pelo do Felipe, que sofre muito com as altas temperaturas: sua muito, fica repleto de brotoejas. Já troquei sua roupinha, dei água, arrumei o berço, posicionei o ventilador. Fiz de tudo para que ele pudesse ter uma noite confortável.

Estava aqui mudando de canal e me deparei com um documentário da GNT chamado: Aborto, uma questão de escolha. Não gosto desses documentários, mas desta vez decidi assistir. Sempre fui (e sou!) contra o aborto. Defendo esta bandeira e agora que sou mãe posso dizer que não consigo entender como uma mulher consegue realizar esta prática tão egoísta e má. Sim, má! No documentário (que já peguei começado) mostrava a história de 4 mulheres que realizaram aborto, cada qual com seu motivo, em clínicas legalizadas na Inglaterra (se não me engano). Eles não aprofundaram o ato do aborto em si, mas em como é tratado neste país e em como as mulheres se sentiram antes, durante e depois do aborto.

Fiquei chocada com a frieza que é tratada situação, afinal, estamos falando de um assassinato (me desculpe o termo, mas quando falamos em tirar a vida de um ser, ou seja matá-lo, não deixa e ser um assassinato). A mulher chega na clínica, é examinada por uma enfermeira como se fosse a obstetriz, que faz uma breve entrevista e faz a mulher assinar um documento. Após, a mulher é submetida a um exame de ultrassom, igualzinho quando fazemos para ver nossos pequenos naquela expectativa maravilhosa de sabermos se está tudo bem, escutarmos o coraçãozinho. Mas aquele era diferente. Serviria apenas para saber quanto tempo teria o "feto" (como se usando este nome mudasse a condição de ser vivo do "ser humano" que ali estava). as mães não olhavam curiosas, como se evitassem se envolver com o bebê e assim se sentirem menos culpadas.

Após esse procedimento, elas eram levadas para uma sala onde esperavam ser chamadas para o procedimento em si. O que me chamou a atenção, além da frieza novamente, foi que todas as 4 mulheres choraram muito, muito mesmo, depois do procedimento. E mesmo depois de anos, elas dizem que sentem uma culpa muito grande pelo que fizeram.

Vou agora colocar aqui minhas considerações:

- Eu que já levantava a bandeira contra o aborto, hoje que sou mãe penso indignada como tal prática é defendida, inclusive por mães.

- Por mais argumentos que utilizem, duas coisas são óbvias: o egoísmo e a culpa. O egoísmo da mulher em achar que sendo dona de seu corpo pode tirar a vida que ali cresce. E a culpa, pois mesmo decidida, liberal, feminista etc, a mulher sempre carregará aquele ato em sua memória e em seu coração.

- Acredito que haja outras formas de controle de natalidade, prática de liberdade sexual e liberdade. Afinal, ser livre implica em não desrespeitarmos a liberdade do próximo não é mesmo? Mas quando mulher aborta seu "feto" (= filho) ela acaba com a liberdade daquele ser viver.

Tudo isso me fez pensar aonde iremos chegar?? Como podemos conviver com isso??
Já escutei discursos do tipo: mas e as milhares de crianças abandonadas, nas drogas, criadas por mães que não tem condição de criá-las? Opa! Peraí! Isso existe sim! Mas mesmo assim ainda há chance de mudar a situação destas crianças, de alguma forma elas poderão ter a escolha algum dia. Pior é a situação de milhões de crianças que são jogadas no lixo, como se fossem objetos que não queremos mais, as quais não terão a chance de ser nada e nem escolher nada.

Quem somos nós para decidirmos quando interromper a vida de alguém, mesmo que este alguém seja um "feto", mesmo que este alguém seja seu filho.

O assunto parece forte, chato e muitas poderão até me criticar.
Não estou aqui para condenar ninguém, nem para impor nada. Apenas resolvi utilizar este canal para abordar este tema com as mães e amigas da blogsfera. Respeito a opinião de cada uma, mas esta é a minha opinião: SIM a vida!

Só para REFLETIR.
Uma boa noite a todas!

Bjos

9 comentários:

  1. O Aborto é um tema bem polêmico, eu tb sou "das suas" e não vejo um feto e sim um ser humano dotado de sistema nervoso, coração e alma!

    Independente de religião acredito que é mesmo um ato egoísta e acima de tudo uma prova de como nossa sociedade se desenvolve cada vez mais covarde.
    Uma pessoa que aborta é covarde e imatura, diante da irresponsabilidade que cometeu (fazer sexo sem proteção) só sabe correr, para o lado mais "fácil". Os anos irão se passar, os dias e as noites, será sempre uma pessoa SEM MORAL.

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  2. Jú,
    Tô com vc!
    E acho mto triste as pessoas pedindo legalização como se tivéssemos opção de querer ou não parir. A escolha é antes no processo, querer ou não engravidar. Nesse mundo moderno, engravida quem quer.

    Beijos e parabéns pela atitude.

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  3. O fato é que nenhum método anticoncepcional é 100% eficaz... por mais que seja usado da forma correta. Eu, mesma, não sei se faria. Acho que não. Mas acho que esta deveria ser sim uma opção. Afinal porque forçar alguém que não quer, ou não está preparada pra ser mãe, a ter um filho??

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  4. É minha filha, a cueldade se disfarça de muitos nomes, mas, para mim, o mais terrível é o aborto. O mais covarde dos atos humanos.
    Se há algo abominável, é alguém achar que tem o direito de matar em nome do direito. Alguém se achar que pode decretar a morte de alguém que nunca teve a oportunidade de fazer nada de errado para ser julgado e condenado à morte.
    Tenho pena dessas mães porque, um dia, responderão por essas vidas diante de Deus.
    Não tenho nem condição de falar mais nada, tamanha é a minha indignação diante desse assunto.
    Muitos beijos. Saudades, mamis

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  5. Ju, acompanho seu blog há tempos e hoje resolvi comentar.
    O mais engraçado é que tem um tópico sobre o assunto rolando no e-family e comentei lá Tb (hoje).
    Tenho uma opinião muitíssimo parecida com a sua.
    As mulheres brigam pelo direito de serem “donas de seus corpos” e decidirem por ele... Ok... Mas no caso do aborto, na minha humilde opinião, elas não estão decidindo pelo “seu corpo” e sim pelo de outra pessoa (que é o bebê) e não acho que a escolha pela vida de outra pessoa caiba a elas (mães). Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém!
    Ser dona do seu corpo p/ mim é ter o direito a evitar uma gravidez (seja pelo uso do preservativo, anticoncepcional e afins), mas não “matar” um outro ser (isso mesmo, p/ mim abortar é matar uma pessoa). Não aceito a questão de que nenhum contraceptivo é 100% confiável, pq 100% confiável é não transar! Transou, assumiu o risco (mesmo que mínimo, no caso de usar corretamente um contraceptivo).
    E a culpa é para sempre mesmo!!! Conheço quem fez aborto e sofre até hoje pelo ato covarde. Principalmente aquelas que abortaram antes de ter um filho e quando o tiveram passaram a ter a verdadeira “noção” do ato cometido.
    Bjs.

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  6. Concordo plenamente com vc! Aborto é sim assassinato

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  7. Ju, o aborto é uma das questões mais polêmicas tanto do ponto de vista social quanto religioso.

    Sou e sempre fui absolutamente contra qualquer ato de violência contra a vida, ainda mais de um ser indefeso como o feto, embrião, bebê, nenê, qualquer nome que dê para o ser humano que habita um ventre.

    Meus pais são católicos fervorosos e fui criada na igreja, logo meu ponto de vista muito se explica pela criação que tive, orientação religiosa que sigo.

    Mas como advogada faço trabalho assistencial junto ao Conselho Tutelar e posso te dizer que encontro crianças largadas de formas tão más/indignas/inimagináveis... é triste demais para escrever aqui, enfim, as crianças se encontram em completa falta de condições: emocionais, psicológicas, materiais... de pais e de vida.

    E então nessas horas, confesso pra ti que fico muito enduvidecida sobre essa questão.

    E parece que isso é um ciclo, sabe? Como se fosse um "carma"... passa de mãe para filha e etc.

    Tudo muito complicado.

    Reflitamos, sempre.

    Bjs pros dois.

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  8. APÓIO JU!!EM NÚMERO, GÊNERO E GRAU.
    O ASSUNTO É POLÊMICO SIM,MAS AS PESSOAS DEVEM SE POSICIONAR...
    É SÓ AS PESSOAS SE COLOCAREM NO LUGAR DESSES BEBÊS...E SE PERGUNTAREM... O QUE TERIA ACONTECIDO SE MINHA MÃE TIVESSE TIDO ESSE DIREITO OU DESEJO QUANDO FUI CONCEBIDO? ESTARIA AQUI HOJE?? NÃO TERIA O DIREITO DE VIVER COMO VIVI?PORQUE ENTÃO NÃO DAR ESSE DIREITO E OPORTUNIDADE À TODOS?
    O QUE O POVO DEVE ENTENDER TAMBÉM É QUE SE TIVER RELAÇÃO SEXUAL, É PARA ASSUMIR TODA E QUALQUER CONSEQUENCIA QUE ELA TRAZ...ENTÃO QUE ELA SEJA RESPONSÁVEL...PORQUE NÃO SE PODE BRINCAR DE DEUS E DECIDIR QUEM DEVE OU NÃO VIVER E EM QUE MOMENTO...
    ANA

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  9. Muito bem, Juliana, em expor um assunto desta natureza aqui...e É isso aí, Ana Lúcia!! Concordo com você, com minha esposa Lígia e com todos que são contrários ao ABORTO! Para aqueles que são a favor ou que estão em cima do muro, eu pergunto: - você acharia justo que sua mãe o tivesse abortado? Acho que só responderiam sim aqueles que não querem mais viver, por algum motivo. Suicidas em potencial!! Mas, as pessoas equilibradas, bem resolvidas e de bem com a vida, acredito que não gostariam de ter sido abortadas um dia.

    Ou seja, o direito à vida não deve estar nas mãos das mães. Por outro lado, a prática do sexo por prazer, sem a responsabilidade do casamento, tem seu preço. Gerar uma vida não é brincadeira, e como homem religioso, acredito que isso tenha um preço muito alto, ou seja, o julgamento de Deus! Não sejamos enganados, pois todos seremos julgados pelos nossos atos! Flávio

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